Está chegando o Natal, trazendo com ele o final do ano. Esta é a época do ano que, com o agito, os compromissos, a pressão para concluir tudo o que não conseguimos durante os mais de trezentos e tantos dias já passados, as festas, as provas finais, as formaturas, enfim, a agenda cheia, nos atribula mas ao mesmo tempo nos enche de entusiasmo e coragem para dar o último impulso, com se quiséssemos dar uma ajuda à roda da vida e do tempo para concluir mais um ano.
A mágica da época do Natal e do final de ano faz sentirmo-nos melhores. Mesmo os que não têm crença ou que não celebram o Natal com o seu sentido religioso hão de convir que o clima é de celebração, de alegria, de esperança. A sensação é a de vencer mais uma etapa de nossas vidas, de cumprir com o dever de manter-se vivo - que a nossa natureza nos impõe – de reencontrar, de realizar, de aprender, de crescer, enfim, de evoluir como seres humanos, acrescentando mais um ano de experiência em nossa jornada rumo à perfeição.
O Natal é uma festa da família: um menino nasceu, um filho nos foi dado – a nós, a grande família humana – e a sua passagem por este mundo deixou marcas indeléveis, muitas das quais são, em essência, nossa própria razão de ser. Afinal, a civilização ocidental deve à Ele sua própria existência. O Natal traz de volta, em sua nostalgia, nosso lado criança. Seja pela lembrança de natais passados - a expectativa do presente, da vinda do papai noel, as reuniões de família nas férias com parentes - ou amigos, ou em lugares novos - enfim, as boas lembranças... Seja pela alegria presente, reavivada em cada rostinho encantado de criança, nos sonhos pueris dos pequeninos com quem convivemos, nos enfeites, nos preparativos, na caridade, na generosidade. Existem, sim, espíritos de natal, semelhantes àqueles do conto de Charles Dickens: o nostálgico, o de reconciliação e principalmente o de esperança, que é o que prevalece e nos enche de alegria.
Revigorados pela comemoração do nascimento de Jesus, partimos para o novo ano fortalecidos com a experiência, com o sabor da vitória por mais um ano superado, e com os planos. Muitos planos. E sonhos.
O ano que vai ficando para trás deixará também suas marcas para o resto de nossas vidas. Sejam elas doloridas, que nos permitiram aprimorar nossa capacidade de superação, sejam elas as das conquistas, das realizações, dos momentos de alegria e felicidade: cada uma delas como um pequeno tijolo, cimentado na parede de nossa história com a energia, a intensidade e a disposição com que vivemos estes momentos. Ficarão registrados em nossa memória e farão parte do nosso ser.
E agora lançamos outra vez o barco de nossas vidas no oceano do tempo, rumo ao futuro, esse desconhecido tão belo quanto incerto, tão esperado quanto temido... Felizmente, tanto o leme quanto as velas deste barco estão sob nosso comando. E não estaremos sozinhos, sem dúvida. Tempestades virão? Ajustemo-los! É hora de coragem e de ação... Calmarias? Paciência! É momento de revisão dos planos ou elaboração de novos planos... Águas tranquilas e vento a favor? Aproveitemo-las! É tempo de navegar confiante e à toda velocidade, com o intuito de atracar nosso barco, um dia, no porto seguro da eternidade, carregado de experiência, conquistas, realizações, de nossa história, enfim.
Um Feliz Natal, e um Feliz Ano Novo! É o que desejamos-lhe, eu e minha famíla, a você, sua família e todos aqueles que o acompanham nessa belíssima viagem.
Curitiba-PR, em 19 de Dezembro de 2008.
Luis Gonzaga de Paulo