Então chegamos
até aqui, na reta final, na espera daquele que veio trazer-nos a Luz... E
depois, de mais um ano para vivermos...
Como é típico
desta época do ano, é bom fazermos as reflexões sobre o que passamos, o que
vivemos... E os planos para o ano que vem chegando. Para colaborar com isto,
cito duas frases que sempre trago comigo: "OMNIA TEMPUS HABENT"
e "PAN METROS ARISTOS".
A primeira, em
Latim, vem da Bíblia, do livro do Eclesiastes, capitulo 3, versículo 1: "Para
tudo há um tempo". E segue o autor: "Para cada coisa há um
momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para
plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo
para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar, e
tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar; tempo para atirar
pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo para dar abraços, e tempo para
apartar-se. Tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e
tempo para jogar fora; tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para
calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a
guerra, e tempo para a paz."
Houve um tempo
em que nem sabíamos da existência do Natal, do Papai Noel. Houve o tempo de
conhecê-lo, acreditar nele, escrever cartinhas ou fazer pedidos... Houve
o tempo de desconfiar dele, de tentar ficar à espreita tentando vê-lo, surpreendê-lo...
Houve o tempo de desacreditar, desprezar talvez, e até ridicularizar os menores
ainda crentes. Houve ou haverá o tempo de voltar a crer, contar histórias a seu
respeito para os pequeninos à nossa volta, e haverá o tempo em que nos lembraremos,
saudosos, de tudo isso...
Houve o tempo
do papai do céu, do menino Jesus lá na longínqua manjedoura... Houve o tempo do
amigo Jesus, parceiro, jovem. Houve o tempo do Mestre Jesus, do incômodo Jesus,
do Salvador Jesus. Houve, há, haverá... Quantos tempos!!! Ao final, lembraremos
que havia tempo para tudo, e talvez não tenha havido tempo para muito... Quiçá
tenhamos vivido o suficiente para poder ter destinado bem o nosso tempo,
usando-o e dispensando o tempo devido para cada coisa, cada pessoa com
quem nos encontramos e convivemos... Pois ainda há tempo! A nossa vida é um
suceder finito de tempo: segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos
começam e acabam, e à cada um deles nos é facultado fazer isso: usar bem o
tempo, fazer tudo a seu tempo, no tempo certo.
A segunda
frase vem do Grego, e significa "O bom é a medida do melhor".
Entre os vários significados, eu prefiro o que implica fazer bem o que nos é
possível, e fazer o bem que nos é possível fazer, sempre. Muitos de nós
deixamos de fazer algo porque não somos "os melhores": seja o falar
em público, seja o escrever, seja o contar uma piada, seja o ajudar um
necessitado, seja o ensinar alguém, seja o corrigir um semelhante... Por não
sermos os melhores, deixamos de fazer bem, ou de fazer o bem. E assim, na busca
pelo "melhor", podemos nos tornar os que pouco ou nada fazem, apesar
de poder fazer algo, sempre! Tentando ser perfeito, torna-se um inútil ou
desperdiça-se as oportunidades que a vida nos traz, gratuitamente!!! Esta frase
é uma ode contra o perfeccionismo, mas não contra a perfeição: devemos fazer
bem - e fazer o bem - e buscarmos à cada dia sermos melhores... Eu digo:
hoje melhor que ontem, e pior que amanhã! Aprender sempre, praticar o que se
aprende, e ensinar o que se pratica. Nada fácil, mas simples assim...
Com estas duas
frases, e com este longo texto, quero agradecer você que conviveu comigo em
mais este ano, mais este tempo de minha existência. Seja a convivência real ou
virtual - possibilitada pela tecnologia - ou simplesmente na lembrança de outros
momentos nos quais estivemos juntos, próximos ou participando de algo em comum.
Você fez e faz parte deste meu tempo, do bom e do bem que, quero crer, me fez e
me faz à cada dia melhor!
O meu mais
sincero "Muito obrigado"! E meus desejos de um Feliz e Abençoado
Natal, seguido de um Ano Novo repleto de bênçãos, com muita saúde, sucesso e
alegrias!
Curitiba-PR,
Dez/2017.