Estou de luto.
Por decisão minha e por um motivo muito simples de explicar: ontem à noite, em mais um dos muitos assaltos levados a termo nos últimos tempos na região onde moro, Atuba, em um supermercado próximo à minha casa, um policial foi assassinado.O policial militar - meu "xará" - pai de dois filhos, estava no supermercado quando quatro "excluídos" assaltaram o supermercado. Ele, por força do hábito e da profissão, reagiu, e os criminosos, em maior número, acabaram com sua vida. Pela manhã fiquei sabendo que a polícia, agindo rapida e eficientemente, havia conseguido prender os criminosos. E que um deles faleceu, ferido que fôra pelo policial. Bom trabalho o da polícia. Mas tardio, infelizmente.
É a terceira morte que tomo conhecimento nos últimos tempos, na vizinhança. Já tivemos um segurança fuzilado por bandidos que assaltaram um comércio de água e gás, e também um pai de família assassinado na frente de seu filho, em plena rua, ao tentar se desvencilhar do cinto para entregar o carro aos criminosos. E ainda temos os comerciantes que abandonaram a região após se transformarem em "caixas eletrônicos" de bandidos, e alguns poucos bravos que ainda relutam em fazê-lo, mas pagam caro por isso...
Pelo noticiário, tomo conhecimento das mortes no Rio, em mais uma noite de terrorismo explícito. Me pergunto, em silêncio, no mais profundo de minha alma em luto: Quantas vidas mais, de gente honesta e trabalhadora, ainda serão necessárias, para ir além de comover à todos e, principalmente, levar do discurso à ação aqueles à quem compete garantir nossa segurança? Para os quais, incondicionalmente, "contribuimos" diariamente com nosso trabalho (40% dele!!!) na forma de impostos? Até quando teremos que conviver com a criminalidade crescente, frente à total inépcia e paralisia do Estado? Frente a ideologias e "organizações" que tentam nos convencer que nós é que somos os criminosos, enquanto aqueles que ousam tirar a vida - nosso dom maior - de qualquer um que se interponha entre eles e alguns míseros trocados, são apenas os "excluídos", "marginalizados" e outros eufemismos que amainam nossos ânimos e nos anestesiam frente ao real estado das coisas?
Não é possível mais permanecer inerte frente à essa situação! A fé e a crença que nos encaminham para o perdão são as mesmas que nos orientam no sentido de sermos "mansos como as pombras, e prudentes como a serpente", e que nos avisam: "seja frio ou seja quente, pois se fores morno, eu te vomito".
Quantas vidas mais, de gente honesta e trabalhadora, ainda serão necessárias?
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